Aqui vou relatar as principais e mais perigosas doenças que seu westie ou cão pode adquirir caso não esteja vacinado e não receba os cuidados adequados
Aconselho que leve sempre seu westie ao veterinário caso suspeite que ele esteja doente, mantenha a vacinação dele em dia e também ofereça uma boa qualidade de vida a ele. Lembre-se que ele é um ser vivo e está sujeito a problemas de saúde, então não seja negligente.
Seguem as doenças que eu classifico como as que necessitam de mais atenção:
A Coronavirose Canina, também denominada Gastroenterite Contagiosa dos Cães, é causada por um vírus similar ao da Parvovirose, levando a uma infecção aguda, em animais de todas as idades e raça. Este vírus não infecta apenas os cães, mas também: bovinos, gatos e outros animais. No Brasil, esta doença foi constatada apenas na década de 1980.
A transmissão deste vírus se dá através da ingestão de alimentos contaminados, sendo que este passa pelo trato intestinal superior infectando as células das vilosidades do intestino delgado. Em seguida, estas células irão morrer, havendo a descamação da parede intestinal, e uma conseqüente queda na absorção dos nutrientes e também na digestão dos alimentos.
Os sinais clínicos observados nos animais infectados são: diarréia em forma de jatos, vômito, perda de apetite, lacrimejamento, febre e letargia. A diarréia, geralmente, possui coloração alaranjada, no entanto, sem odor fétido.
O diagnóstico deve ser feito através de exames laboratoriais, pois os sintomas são muito semelhantes aos causados pela Parvovirose, sendo assim, é necessário fazer um diagnóstico diferencial.
O tratamento é feito com antibióticos quando há a presença de infecção. A vacinação é de extrema importância para a prevenção desta doença. Ela é administrada via intramuscular ou subcutânea, sendo que nos animais mais jovens a primeira dose é dada a partir do segundo mês de vida e a segunda dose 3 a 4 semanas após a primeira. Recomenda-se também a aplicação nas fêmeas antes da cobertura, pois desta forma a mãe irá conferir relativa imunidade passiva aos seus filhotes, bem como através da amamentação após o parto. A revacinação é recomendada tanto para os filhotes quanto para os animais mais velhos.
Enfermidade infecto contagiosa, que afeta só os cães entre os animais domésticos. Causada por um vírus, sobrevive por muito tempo em ambiente seco e frio, e menos de um mês em local quente e úmido; muito sensível ao calor, luz solar e desinfetantes comuns. Não escolhe sexo ou raça, nem a época do ano. Ocorre mais em jovens, mas animais idosos também podem se contaminar se não vacinados.
Se infectam (contaminam) por contato direto ou pelas vias respiratórias, pelo ar contaminado. Essa transmissão é por secreções do nariz e boca de animais infectados (espirros e gotículas que saem do nariz quando se respira) é a principal fonte de infecção. O animal doente espirra e contamina o ambiente e os animais que estejam perto. Inclusive, se tiver um ser humano por perto, o vírus pode ser carregado até um animal sadio por ele.
O animal pode se contaminar pela via respiratória ou por via digestiva, por contato direto ou fômites (pode ser um objeto ou um ser humano, por exemplo, que carregam o vírus na roupa, nos sapatos) , água e alimentos contaminados por secreções de cães doentes.
Após o animal ser infectado, ocorre o período de incubação do vírus (digamos que seja o período que ocorre entre o vírus entrar no corpo e o corpo começar a manifestar os sintomas da doença) por 3 a 6 dias, e depois disso a temperatura pode chegar a 41ºC, haver perda de apetite, corrimento ocular e nasal . Este estado dura mais ou menos 1 a 2 dias. Depois se segue um período de 2 a 3 dias, as vezes meses, em que parece que tudo volta ao normal. Depois disso pode ser que apareçam os sinais e sintomas típicos da cinomose.
Pode haver sintomas digestivos (diarréia e vômito), respiratórios (corrimento nasal e ocular) ou nervosos ( tiques nervosos, convulsões, paralisias, etc) ou haver associação deles.
O animal pode morrer tendo desenvolvido só uma das fases da doença ou sobreviver desenvolvendo todas, podem desenvolver cada tipo de sintoma aos poucos ou todos juntos.
Normalmente os primeiros sintomas da 2º fase são febre , falta de apetite, vômitos, diarréia, dificuldade para respirar. Depois conjuntivite com secreção , corrimento nasal, com crostas no focinho, e pneumonia. Pode se seguir por 1 a 2 semanas e daí aparecerem os sintomas nervosos, tiques nervosos, depois sintomas de lesões no cérebro e medula espinhal. Em uns, por inflamação no cérebro, os animais ficam agressivos, não conseguem as vezes reconhecer seu dono, ou em outros, ocorre paralisia dos músculos da face em que o animal não consegue abrir a boca nem para tomar água, apatia profunda; por lesões no cérebro e na medula espinhal, andar cambaleante, paralisia no quarto posterior ('descadeirado'). Dificilmente os sintomas são estacionários (vão piorando sempre, de maneira lenta ou rápida).
É de difícil tratamento, dependendo quase exclusivamente do cão sua sobrevivência ou não. Digo quase exclusivamente, porque o veterinário pode ajudar eliminando coisas que podem atrapalhar sua "guerra" com a doença, como as infecções que ele pode ter por fraqueza, aconselhar a alimentação correta, receitar medicamentos que ajudem a combater as inflamações no cérebro, receitar uma medicação que tente aumentar sua resistência, etc.
Sua evolução é imprevisível, ou seja, quando o cão adoece, não há como saber se ele vai se salvar ou não, ou se a morte vai ser rápida ou lenta.
A melhor solução ainda é a prevenção, ou seja, vacinar corretamente.
Desde a decáda de 70, os vírus têm sido incriminados como agentes primários de diarréia em cães, principalmente em filhotes com menos de seis meses de vida. Dentre os vírus, assume posição de destaque o parvovírus canino (VPC) 1 e 2, descrito pela primeira vez em 1978. No Brasil, os primeiros surtos de parvovirose ocorreram em 1980, atingindo cães de todas as idades. A partir daquele ano, o parvovírus canino tornou-se uma doença endêmica no País, acometendo principalmente animais jovens e organicamente debilitados. Atualmente, o parvovírus canino continua ser uma das principais causas de diarréia infecciosa em cães e se encontra amplamente distribuído.
Etiologia e epidemiologia
A parvovirose é o termo utilizado para designar a enfermidade infecto-contagiosa, cujo agente etiológico é um vírus pertencente a família Parvoviridae. O parvovírus canino é um DNA-vírus, pequeno (20 a 25 nm), sem envelope lipoprotéico e capsídeo de simetria icosaédrica, composto por 60 capsômeros. A partícula infecciosa é bastante resistente, sendo estável na presença de pH entre 3,0 e 9,0, à inativação a temperatura de 56o C por 60 minutos e tratamentos com solventes orgânicos, podendo sobreviver no meio ambiente durante meses e anos.
O parvovírus canino responsável por gastroenterite aguda parece estar limitado somente aos canídeos. Infecções naturais têm sido descritas em cães domésticos (Canis familaris), cães-do-mato (Speothos venaticus), coiotes (Canis latrans), lobinhos (Cerdocyon thous) e lobos-guarás (Chrysocyon brachyurus).
O vírus é transmitido pela eliminação fecal e a porta de entrada é a via oral. Porém, a infeção experimental pode ser produzida por várias vias, incluindo oral, nasal ou oronasal e pela inoculação IM, IV ou SC. Durante o período agudo da doença, são excretadas dez partículas virais por grama de fezes. O vírus pode estar presente em outras secreções e excretas durante a fase aguda da doença. Postula-se que insetos e roedores possam carrear o vírus de um local a outro, no entanto, salienta-se estudos posteriores para reforçar esta teoria. A ocorrência de surtos de enterites por VPC em alguns cães de canis sugerem que o transporte por pessoas ou fômites contribuem para a disseminação da infecção.
Acredita-se que a disseminação da doença se dá muito mais pela persistência do vírus no meio ambiente do que pelos portadores assintomáticos. A eliminação ativa do vírus nas fezes parece estar limitada nas primeiras duas semanas pós-inoculação (PI). Entretanto, existem evidências que alguns cães podem eliminar o vírus periodicamente por mais de um ano.
Há uma notável variação na resposta clínica dos cães à infecção por parvovírus canino, oscilando entre infecções inaparentes à moléstia aguda fatal menos freqüente. Fatores predisponentes à moléstia grave são a idade, os fatores genéticos (como diferenças raciais em susceptibilidade), estresse e infecções simultâneas com parasitas ou bactérias intestinais. A idade tem mostrado uma forte relação com o agravamento da enfermidade. Geralmente, filhotes com menos de seis meses de idade apresentam uma necessidade maior de hospitalização, quando comparado com animais mais idosos.
Patogenia e sintomatologia
Após a penetração do vírus pela via oral, a replicação viral é observada no tecido linfóide da orofaringe e nas amígdalas. A viremia inicia-se no terceiro e quarto dia pós-infecção e mantêm-se por mais dois a três dias. Depois desta, o vírus é distribuído para todo o organismo, tendo predileção pelas células em divisão, como a medula óssea, dos tecidos linfopoiéticos e dos epitélios das criptas das glândulas de Lieberkhün nos intestinos. Nos cães neonatos ou que estejam ainda no útero, o vírus pode instalar-se e replicar-se principalmente nas células do miocárdio, levando-os à morte súbita.
No intestino, o vírus através da replicação e multiplicação provoca necrose e descolamento do epitélio intestinal. Não havendo a reposição das células das vilosidades pelas células das criptas glandulares, ocorre a formação de úlceras, aumento de permeabilidade e diminuição da absorção, estabelecendo-se desta maneira a diarréia.
A replicação do vírus nos tecidos linfopoiéticos e medula óssea causa leucopenia com neutropenia e linfopenia, imunodeficiência, atrofia tímica e depleção linfóide dos linfonodos e baço.
Os sinais clínicos mais comuns da parvovirose são anorexia, depressão, vômitos, pirexia, rápida desidratação, diarréia sanguinolenta, líquida e fétida. A morte de animais severamente afetados é uma conseqüência da destruição extensa do epitélio intestinal, com conseqüente desidratação, além da possibilidade de choque endotóxico. A necrose da mucosa intestinal e dos linfonodos mesentéricos durante a parvovirose pode predispor as infecções bacterianas.
Os agentes bacterianos secundários mais comumente isolados são E. coli, Campylobacter spp., Salmonella spp. e Clostridium spp.. Septicemia e/ou endotoxemia podem ocorrer como resultado direto destes patógenos bacterianos.
Diagnóstico
O diagnóstico clínico da parvovirose é sugestivo, mas deve sempre ser diferenciado de gastroenterites bacterianas como a salmonelose e de outras gastroenterites virais como a cinomose. Os achados de hemograma mais freqüente são leucopenia com neutropenia.
O diagnóstico laboratorial do parvovírus canino pode ser realizado pela detecção do vírus nas fezes, vômitos ou em tecidos "post-mortem". Diversas técnicas, como a microscopia eletrônica (ME) ou a imunomicroscopia eletrônica (IME), o isolamento viral em culturas celulares, a reação de hemaglutinação seguida ou não pela inibição da hemaglutinação com anticorpos específicos, são usualmente utilizadas, bem como os ensaios imunoenzimáticos (ELISA), reações de imunoflurescência (IF), imunoperoxidase e, mais recentemente, a reação em cadeia pela polimerase (PCR). Dentre este testes, o único viável para o clínico particular é o teste ELISA por ser rápido, eficiente e de custo acessível, já estando comercialmente disponível no Brasil.
Tratamento e profilaxia
O tratamento recomendado para gastroenterite pelo parvovírus é de suporte. Os principais objetivos do tratamento são restabelecer e manter o equilíbrio eletrolítico e minimizar a perda de líquidos. Nas primeiras 24 a 48 horas ou até cessarem os vômitos, deve-se suspender completamente a alimentação e ingestão de líquidos por via oral. Recomenda-se a aplicação de fluidoterapia, antieméticos, antibióticos e, em alguns casos, também é necessária a transfusão sangüínea.
Recentemente, estudos realizados no Japão demonstraram a eficácia da utilização do interferon felino no tratamento de cães infectados pelo parvovírus, sendo indicada a dose diária de 1ml/Kg durante três dias.
A vacinação dos cães é o tratamento profilático mais recomendado. Atualmente, há várias vacinas comerciais disponíveis. A primeira dose deve ser aplicada em filhotes com 60 dias de idade, seguida de reforço aos 90 e 120 dias e anualmente, durante toda existência do animal. Entretanto, em alguns casos, recomenda-se vacinar filhotes com 45 dias de vida, quando estes não receberam o colostro e suas mães não tenham sido vacinadas anteriormente.
Durante o quadro clínico da doença, o animal infectado deve ser mantido isolado dos outros cães da casa, devendo-se evitar também a contaminação de jardins e lugares difíceis de serem desinfetados, os quais possam favorecer a persistência da partícula viral infectante. Após a infecção ambiental recomenda-se o vazio sanitário por um período mínimo de 30 dias para introdução de outro animal.
Apesar de todos os esforços na prevenção e controle da parvovirose canina, esta doença continua a ser um problema na clínica médica veterinária, ressaltando a importância de campanhas de esclarecimento constantes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. APPEL, M. J., PARRISH, C. R. Canine parvovirus type 2. In: APPEL, M. J. Virus infection of carnivores. Amsterdam: Elsevier Science, 1987, p. 69-92;
2. APPEL, M.J.G. et al.. Canine viral enteritis I . Status report on corona and parvo-like viral enteritides. Cornell Vet., v. 69: p.123, 1979;
É uma grave doença infecciosa transmitida pelo carrapato, que acomete animais da família canidae que são lobos, cães e chacais. O primeiro registro dessa enfermidade no Brasil foi em 1973, na cidade de Belo Horizonte. Passou por diversas nomenclaturas no passado, tais como: pancitopenia tropical canina, riquetsiose canina, tifo canino, síndrome hemorrágica idiopática, febre hemorrágica canina, moléstia do cão rastreador e, atualmente é denominada erlichiose monocítica canina (EMC).
O carrapato que transmite tal doença recebe o nome de Riphicephalus sanguineus ou carrapato vermelho do cão. Eles possuem hábito nidícola, ou seja, vivem em ninhos, toca ou abrigo de seus hospedeiros, gostam de lugares quentes e escuros.
Uma fêmea adulta pode ovipor em média 4.000 ovos que eclodem em 2 a 7 semanas, liberando as larvas que irão se alimentar por 3 a 12 dias, estas lavas alimentadas caem do hospedeiro e permanecem fora por 6 a 90 dias quando se transformam em ninfa. As ninfas também se alimentam por um curto período 3-10 dias, depois de alimentadas voltam ao ambiente para se tornarem adultas. Geralmente para completar seu ciclo necessitam de três hospedeiros, para larva, ninfa e adulto, mas o carrapato pode completar seu ciclo de vida com apenas um animal como hospedeiro se desprendendo do animai ao final de cada repasto sanguíneo (alimentação). Parasitam principalmente a cabeça, pescoço, orelhas e entre os dedos. São muito comuns em áreas urbanas. A quantidade de carrapatos que está no animal equivale a 5% da população de carrapatos que vivem no ambiente, ou seja, 95% destes estão no ambiente. É importante lembrar que, além da erliquiose, este parasita também transmite aos cães a Babesiose e a Hepatozoonose.
Como o cão se contamina?
O R. sanguineus (carrapato vermelho) transmite a Erliquiose para os cães, pela saliva enquanto se alimenta com o sangue do animal. A doença tem um período de incubação de 1-3 semanas.
Quais são os sintomas?
A fase inicial da infecção ou fase aguda, geralmente traz um quadro de febre, que pode variar entre 39,5 ºC e 41,5 ºC. Em geral, o animal apresenta ainda perda de apetite, com conseqüente perda de peso. Pode apresentar ainda fraqueza muscular, dores nas juntas e inflamação nas cartilagens dessas juntas provocando artrites e artroses. Alguns cães, que apresentam quadro mais grave na fase aguda, podem apresentar secreção nasal, uveite, param totalmente de se alimentar, apatia, depressão, sangramento nasal, urina com sangue (hematúria), sangramento digestivo, náuseas, vômitos, inchaço nas patas, dificuldade para respirar.
A fase aguda pode durar cerca de 4 semanas e, se não for muito intensa ou se o animal permanece por longos períodos sozinho, pode passar desapercebida pelo proprietário. Alguns animais apresentam a doença numa forma subclínica, isto é, sem sinais e sintomas aparentes. Os proprietários mais atenciosos podem perceber palidez de mucosas, perda de apetite e/ou inchaço nos membros. Quando avaliado pelo veterinário, geralmente é detectada anemia, sinal de algum sangramento que não foi notado. Em alguns cães a infecção pode ser persistente e quando ocorre uma queda de imunidade, onde o organismo não consiga combater e eliminar a bactéria, este apresentará a fase crônica da doença, estes animais podem apresentar anemia, fraqueza, o animal pode ser acometido por infecções secundárias, oportunistas, causando pneumonia, diarréia, lesões na pele, e outros.
Como diagnosticar?
O diagnóstico é feito através do histórico (presença de carrapatos ou área endêmica da doença), sinais clínicos e achados de exames laboratoriais. A Erlichia canis afeta determinadas células do sangue, levando a um baixo número circulante delas e tal achado em associação aos sinais clínicos pode ser sugestivo da doença. Exames bioquímicos e urinálise são importantes para detectar alterações precoces em outros órgãos, principalmente os rins.
Exames mais específicos como sorologia e PCR, são úteis para se chegar ao diagnóstico. Alguns cães podem estar concomitantemente infectados pela erliquiose e babesiose, ou mesmo hepatozoonose, visto todas serem transmitidas pelo mesmo carrapato.
Tratamento:
O tratamento tem a intenção de combater o microorganismo, bem como tratar as lesões por ele causadas. A terapia básica consiste em antibioticoterapia (doxicilina) via oral com droga específica durante 28 dias. Em alguns casos pode ser necessário uso de droga injetável aplicada a cada 7-15 dias. Dependendo da gravidade dos sinais o cão precisará de internamento para fluidoterapia e transfusão sanguínea. O sucesso do tratamento irá depender da fase da doença e gravidade dos sinais que o cão apresenta, visto que em estágios avançados da erliquiose pode ocorrer aplasia de medula- a medula óssea para de funcionar. O combate ao carrapato transmissor da doença é muito importante para o tratamento, evitando o risco de re-infecção e de transmissão a outros animais sadios. Para tal, devem ser utilizados carrapaticidas no ambiente e também no animal. A coleira anticarrapato deve ser usada pelo cão, bem como produtos em banho medicinal e de aplicação na pele.
Os humanos pode pegar erliquiose?
Não há relatos de casos de erliquiose canina em humanos, entretanto, outros tipos de bactéria erlichia, que não a canis, podem transmitir outro tipo de erliquiose para humanos, também através de carrapatos. A incidência de erliquiose em humanos tem tido um aumento significativo nos Estados Unidos. Felizmente, ainda há poucos casos diagnosticados no Brasil.
Como prevenir?
A prevenção deve ser feita através da dedetização minuciosa de cada canto ambiente em que o animal vive com produtos específicos para limpeza do ambiente como o butox, colosso, lembrando que estes produtos não devem ser usados nos animais, deve ser feito a limpeza do ambiente quando o animal não estiver no local, e a limpeza do ambiente deve ser feito em conjunto com a limpeza do animal com banhos medicinais, uso de produtos pour on, coleiras carrapaticidas.
Como a erliquiose não é transmitida via transovariana no carrapato, a doença pode ser eliminada no meio ambiente pelo controle dos carrapatos e pelo tratamento de todos os cães por toda uma geração de carrapatos. O R. sanguineus pode transmitir a erliquiose por aproximadamente 155 dias.
A Babesiose é uma doença causada por um gênero de protozoários denominado Babesia spp que parasita as hemácias (eritrócitos), por este motivo é denominado de hematozoário.
Babesia spp. parasitam vários animais domésticos tais como equinos, bovinos e caninos. Existem várias subespécies de Babesia que acometem os cães como a Babesia canis, Babesia gibsoni e Babesia vogeli. No Brasil, a espécie mais comum é a B. canis.
Os vetores da Babesiose canina são os carrapatos pertencentes à família Ixodidae sendo os principais responsáveis pela transmissão os carrapatos Rhipicephalus sanguineus conhecidos como “carrapato marrom” ou “carrapato vermelho”. Outros gêneros de carrapatos também podem ser vetores da Babesia spp sendo eles Dermacentor spp, Hamaphysalis leachi e Hyalomma plumbeum.
A transmissão dá-se através da saliva dos carrapatos infectados no momento em que os mesmos realizam repasto sanguíneo nos cães. A presença dos parasitas na circulação do hospedeiro vertebrado ocorre um a dois dias após a inoculação tendo uma duração que varia de dez a quatorze dias. Os protozoários se aderem à membrana das hemácias e, por endocitose, penetram no interior das mesmas. No interior dos eritrócitos os parasitas se dividem por fissão binária formando dois ou quatro indivíduos, após essa divisão há rompimento das células e os parasitas são liberados indo parasitar novas células.
Podemos observar nos animais diversos tipos de infecções, a saber: subclínicas, superagudas (hiperagudas), agudas, crônicas ou atípicas. É importante ressaltar que a gravidade da doença varia de acordo com fatores como espécie do agente (cepa), idade, raça e estado imune do cão.
Comumente achamos sinais clínicos como anemia, hemoglobinúria febre e icterícia. Também podemos observar letargia, anorexia e esplenomegalia. Animais que habitam em áreas onde o parasita encontra-se amplamente distribuído (áreas endêmicas), é comum observarmos uma infecção do tipo subclínica onde os sinais são mais brandos com febre, apatia e melhora clínica subsequente; estes cães passam a ser portadores da infecção, constituindo importante reservatório e fonte de infecção para outros animais.
A infecção do tipo hiperaguda acomete principalmente neonatos e filhotes que apresentam resposta imune deficiente e comumente são causados por cepas mais virulentas. Filhotes acometidos apresentam anemia hemolítica regenerativa além de febre, icterícia e hemoglobinúria.
A forma aguda da enfermidade é caracterizada também por febre e icterícia, entretanto, podemos observar mucosas pálidas (hipocoradas), depressão, anorexia, anemia hemolítica, trombocitopenia, hemoglobinúria, bilirrubinúria e bilirrubinemia. Durante as fases agudas da infecção é possível detectar a parasitemia através de esfregaço sanguíneo, onde observarmos os parasitas no interior das hemácias.
Na forma crônica, os cães infectados apresentam as seguintes manifestações clínicas: anorexia, febre intermitente, definhamento, fraqueza, esplenomegalia, hemoglobinúria e icterícia.
Nas infecções atípicas, uma variedade muito grande de sinais clínicos aparece como, por exemplo, sinais gastrintestinais, sinais do SNC e sinais músculo-esqueléticos.
O diagnóstico da doença é baseado na história clínica (presença de carrapatos) e nos sinais clínicos. A confirmação do diagnóstico é feita através da avaliação microscópica de esfregaço sanguíneo onde se observa a presença dos protozoários no interior das hemácias infectadas.
Através de avaliação microscópica de esfregaço sanguíneo só é possível detectar os parasitas em animais que estejam na fase aguda da infecção, pois em animais em fase crônica da doença ou aqueles que são apenas portadores poucos organismos estão no interior das células.
Testes sorológicos podem ser utilizados como forma de diagnóstico, a reação de imunofluorescência indireta é utilizada para determinação os anticorpos contra Babesia spp, no entanto esse método não pode ser utilizado para realização de diagnóstico definitivo uma vez que há animais que podem ser soropositivos, mas clinicamente normais. Para o estabelecimento da conduta terapêutica a ser prescrita é interessante que a espécie do parasita seja identificada, para este fim os teste sorológicos não são indicados, portanto os mesmos não devem ser utilizados como formas de diagnósticos definitivos.
O emprego de técnicas de biologia molecular como a reação em cadeia da polimerase (PCR) são importantes na identificação de animais portadores crônicos da doença. A combinação de PCR e analise da genética aumenta a informação a respeito das cepas envolvidas na infecção.
O tratamento é baseado no controle do parasita, na moderação da resposta imune e tratamento dos sintomas. Quando comparada a B. canis, sabe-se que a B. gibsoni apresenta menor resposta a terapia.
Várias drogas denominadas babesicidas são efetivas sendo eles: sulfato de quinurônio, aceturato de diminazeno, imicarbalida, isetionato de fenamidina e diproprionato de imidocarb. Os mais indicados são o aceturato de diminazeno e o diproprionato de imidocarb. A babesiose é uma zoonose transmitida aos humanos também por carrapatos. O primeiro registro da doença em humanos no Brasil foi no estado de Pernambuco. A maioria das infecções é branda ou assintomática. O quadro pode apresentar-se grave em pacientes esplenectomizados e em paciente com HIV.